quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vigilantes do DF garantem 20% de reajuste e põem fim à greve. Assembleia teve a participação de três mil trabalhadores

Depois de quatro dias em greve, os trabalhadores vigilantes de Brasília garantiram, nessa segunda-feira (30), o reajuste salarial de 20%. O índice cobre a inflação do período (9,6%), destina parte ao adicional de risco de vida (cerca de 8,33%, o percentual ainda não foi definido) e garante o reajuste real de, em média, 2%. Os trabalhadores que tinham escala noturna ontem voltaram ao trabalho à 22h. Cerca de três mil vigilantes compareceram a assembléia e apenas sete pessoas votaram contra o fim da greve.

“Este resultado é consequência de uma negociação bem conduzida, com capacidade de mobilização da categoria”, afirma o presidente da CUT-DF, José Eudes. “Este não era o resultado que queríamos, mas é uma proposta que satisfaz a categoria”, avalia o presidente do Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv-DF), Jervalino Rodrigues.

O resultado positivo foi alcançado a duras penas pelo Sindesv-DF. Um dia após entrar em greve, uma liminar expedida na madrugada da última sexta-feira de pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-10) determinava a volta de 60% da categoria aos postos de serviço. “Ela (a juíza) não explicou como parar este percentual da categoria. Em um banco que tem dois vigilantes, por exemplo, como fazer isso?”, explicou Roberto Miguel, vigilante e diretor da CUT-DF. Para impedir o enfraquecimento da greve, o Sindicato entrou com embargo declaratório.

O clima durante a reunião com a patronal, realizada nessa segunda-feira, foi tenso. Na primeira rodada de negociação, a proposta dos patrões era de reajuste salarial de 16%. Depois de horas de conversa, os 20% foram recebidos com alegria pelos representantes do Sindesv-DF. “A ajuda dos bancários e dos outros sindicatos foi determinante para a garantia dessa vitória”, avaliou Roberto Miguel.

Os vigilantes ainda garantiram tíquete alimentação de R$ 17 – anteriormente o valor do benefício era de R$ 13,5 –, o abono dos dias parados e a garantia das demais cláusulas do acordo coletivo


Fonte: CUT-DF