quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Bradesco abre 447 agências em 12 meses, mas não zela pela segurança

O Bradesco abriu 447 novas agências nos últimos 12 meses, atingindo quase 4 mil unidades em todo o Brasil, segundo reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico na quarta-feira (23). Se por um lado é positiva a abertura de novas unidades e a contratação de bancários, a Contraf-CUT tem recebido denúncias de diversos sindicatos do país quanto às condições precárias de segurança dos novos pontos de atendimento.

O investimento, que aproximou o número de dependências do banco ao do Itaú Unibanco, é em parte motivado pela compra das folhas de pagamento dos funcionários públicos dos estados de Pernambuco e Rio de Janeiro. Também reflete a perda iminente da concessão do Banco Postal a partir de janeiro de 2012, que foi adquirida pelo Banco do Brasil.

O Rio de Janeiro é um exemplo da situação. Em visita às novas agências do Bradesco na Zona Oeste (Campo Grande, Santa Cruz, Bangu, Realengo e Padre Miguel), o Sindicato dos Bancários do Rio constatou que o banco viola normas básicas de segurança, além de desrespeitar clientes e usuários que enfrentam um ambiente no mínimo insalubre. Todas foram inauguradas sem estarem completamente prontas, sem condições de trabalho.

Violando lei municipal, as agências não possuem porta giratória, equipamento de segurança fundamental. Além disso, não têm câmeras de segurança e contam com apenas dois vigilantes, que trabalham sem cabine ou escudo de proteção e sequer podem sair para almoçar para não deixar o posto desguarnecido.

"O Rio não é um caso isolado, mas um exemplo de uma prática que está sendo amplamente adotada pelo Bradesco. O banco está abrindo mão da segurança para abrir agências a toque de caixa, colocando em risco a vida de trabalhadores e clientes", denuncia Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

"A ampliação da rede de agências e postos de atendimento é importante para os trabalhadores e a sociedade, pois contribui para a inclusão bancária de milhões de brasileiros, mas não se pode descuidar nunca da segurança dos estabelecimentos. A vida das pessoas tem que estar sempre em primeiro lugar", completa.

O Sindicato dos Vigilantes de Angra dos Reis estará atento em caso de novas agências serem abertas na sua base territorial. O motivo do "boom" de novas agências é o novo contrato do Bradesco que agora é o responsável pela folha de pagamento dos servidores públicos estaduais. Em Angra, a instituição é dona folha dos servidores municipais. A diretoria do Sindicato já pesquisa sobre as possibilidades de novos postos de atendimento e vai fiscalizar a contratação de vigilantes e as condições de trabalho. Inclusive nas agências já existentes, uma vez que o aumento de clientes e transeuntes será inevitável, carecendo assim, mais profissionais no interior das unidades que garantam uma segurança eficiente.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Rio